24 janeiro, 2006

Tantos galos, tantos galos...
Há uns dias a Marta e eu fomos abordados por dois jovens turistas intrigados por haver representação de tantos galos em Portugal. No azeite, em pratinhos, em paninhos, em postais lá estavam os ditos galos. Expliquei-lhes que era uma lenda portuguesa... e quando queria começar a explicá-la vi que não me lembrava! Como em Praga quis saber porque havia tantos gatos e a melhor resposta que obtive foi: PORQUE OS TURISTAS QUEREM!
Aqui fica a lenda para que a possam explicar a quem vos pergunte!

Segundo a Lenda do Galo de Barcelos os babitantes do burgo andavam alarmados com um crime e, mais ainda, por não se ter descoberto o criminoso que o cometera. Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo e, apesar dos seus juramentos de inocência, ninguém o acreditou. Ninguém julgava crível que o galego se dirigisse a S. Tiago de Compostela em cumprimento duma promessa; que fosse fervoroso devoto do santo que em Compostela se venerava, assim como de S. Paulo e de Nossa Senhora. Por isso, foi condenado à forca. Antes de ser enforcado, pediu que o levassem à presença do juiz que o condenara. Concedida a autorização, levaram-no à residência do magistrado, que nesse momento se banqueteava com alguns amigos. O galego voltou a afirmar a sua inocência e, perante a incredulidade dos presentes, apontou para um galo assado que estava sobre a mesa, exclamando: «É tão certo eu estar inocente, como certo é esse galo cantar quando me enforcarem». Risos e comentários não se fizeram esperar, mas, pelo sim e pelo não, ninguém tocou no galo. O que parecia impossível, tomou-se, porém, realidade! Quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu-se na mesa e cantou. Já ninguém duvidava das afirmações de inocência do condenado. O juiz corre à forca e com espanto vê o pobre homem de corda ao pescoço, mas o nó lasso, impedindo o estrangulamento. Imediatamente solto, foi mandado em paz. Passados anos, voltou a Barcelos e fez erguer o monumento em louvor à Virgem e a S. Tiago.

Oba! Oba!
Acabou-se a história





4 comentários:

Raimundo disse...

Eu não sei onde fostes buscar essa fábula que o tempo e as mentes ociosas se encarregaram de deturpar! A história verdadeira não é nada disso. E desde já faço a advertencia para que, quando ouses invocar uma sagrada lenda Transmontana, consultes a única autoridade na matéria que conheces.

Sim, é uma lenda transmontana e não minhota. O que se passou foi o seguinte:

Isso passa-se em Lamas de Olo, no concelho de Vila Real, e não em Barcelos. O presidente do Gil Vicente é que nos roubou a história. E depois não é um galego. O gaijo é que dizia que era galego. Mas na verdade era de Chaves. E depois, sendo ele de Chaves no concelho de Vila Real, já se está mesmo a ver que não se safou... não está?! O gaijo efectivamente disse que "Es tan cierto yo ser de Galicia como de esse pollo assado se llebantár e
y cantar". Es os transmontanos de Lamas de Olo, que são pessoas que percebem de estatística e matemática desde o início dos tempos, fizeram logo as contas: "Ora, se a probabilidade de ele ser da Galiza for a mesma - como ele afirma que é - que a probabilidade deste frango assado se levantar e cantar, então... esse valor zero. Logo não há qualquer hipótese de ele ser da Galiza. Logo... é de Chaves. Logo vai conhecer o 'senhor estica'!"

E foi assim. O chabeiro esticou o pernil, e os minhotos esticaram o braço para o outro lado do Marão e fanaram-nos o mito.

Decisões Criticas disse...

O que eu não percebo é porque é que a parte onde está escrito que ele foi solto e mandado seguir a sua vida de cumpridor de promessas está em letra tamanho 6. Já sei, são os portugueses a desvalorizar o que há de bom numa história e a valorizar o que há de sensacionalista.

post_it disse...

Amigo Oli, coisa de PC! Eu bem insistir em colocar a letra com o mesmo tamanho, mas depois de 4 insistências... desisti! É verdade: DESISTI!
bjos

post_it disse...

Bem haja Mr.R!
Alguém que reponha a verdade histórica! A minha versão para os estranjas metia um abade, um homem rico que não queria assar o galo, um galo sem cabeça, mas recheado, que desatou a correr em cima de uma mesa quando umas stripers chegaram a um convento... e realmente passava-se em Lamas de Olo!!!!
Eu devia ter mantido a minha história!!!!
bjos!